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O QUE É O SIVAM?



O QUE É O SIVAM?
A história do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) começou em setembro de 1990, quando já existia Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República – substituída pela Agência brasileira de informação (Abin) – e os ministros da Aeronáutica e da justiça apresentaram ao presidente Fernando Collor de Mello um documento contendo “a verdadeira realidade da Amazônia, com todos os seus problemas”. Para enfrentá-los, conceberam um complexo de informações e acompanhamento permanente da região, que permitiria ter informações completas sobre ela e protegê-la. Embora o projeto se apresentasse também como científico, a comunidade científica não foi consultada previamente nem convidada a debatê-lo após sua aprovação.
Em agosto de 1993, o presidente Itamar Franco aprovou a dispensa de licitação pública para a aquisição dos equipamentos e serviços necessários à implantação do Sivam, alegando que a revelação dos dados “comprometeria a segurança nacional”. Uma comissão foi criada para selecionar os interessados e examinar suas propostas. Surgiram então suspeitas de favorecimento e tráfico de influência, que resultaram num escândalo, já na administração Fernando Henrique Cardoso. Mesmo assim, em maio de 1995, para evitar “a descontinuidade da implantação do projeto”, o presidente autorizou a assinatura do contrato comercial, no valor de 1,4 bilhão de dólares, com a empresa americana Raytheon, que começou a executar o empreendimento em julho de 1997. Esse valor corresponde a 20 vezes o orçamento anual de ciência e tecnologia da Amazônia na época. Ele será acrescido de mais 500 milhões de dólares de juros e encargos até a quitação da dívida, assumida pelo governo brasileiro junto aos agentes financiadores norte-americanos.
Em 25 de julho de 2002, exatamente cinco anos depois, como previa o contrato, entrou em atividade, em Manaus, o primeiro Centro Regional de Vigilância do Sivam. No segundo semestre, foi concluída a cobertura eletrônica, por satélite, cobertura aérea e base terrestre dos 5,5 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia Legal. O sistema compreende equipamentos fixos de sensoriamento remoto, uma esquadrilha de 33 aviões, uma base logística controlada a partir de Brasília, com extensões em Belém, Manaus e Porto Velho, e um efetivo de 5 mil homens das Forças Armadas. Na sua fase operacional, o Sivam foi substituído pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), mas há denúncias de que há equipamentos sucateados e ainda não se tem notícias de resultados práticos de sua operação.
Fonte: Almanaque Brasil Socioambiental (2008)

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