Alguns
combustíveis e suas vantagens
Bagaço
de Cana – A
maior experiência brasileira de produção de energia com biomassa é a queima do bagaço
de cana nas caldeiras das usinas e destilarias. Todas as usinas e destilarias
são autossuficientes em energia e todas poderiam fornecer excedentes
significativos de eletricidade para o sistema integrado nacional (SIN). Esse
potencial, entretanto, não tem se concretizado. A própria única, entidade
brasileira que reúne os produtores de açúcar e álcool, estima que mais de 6.000
MW poderiam ser acrescentados à capacidade instalada de geração, se todo
potencial já existente fosse aproveitado.
Biodiesel – No Brasil, existem
dois programas paralelos de produção de óleos vegetais para adição ao óleo
diesel derivado de petróleo. O primeiro é um programa do governo federal com o
objetivo de estabelecer uma nova cadeia produtiva baseada em óleos vegetais
extraídos de sementes oleaginosas dos mais diferentes tipos – girassol, mamona,
palmáceas, pinhão manso (Jatropha curcas) etc. – e produzidas em propriedades
de agricultura familiar. Outra vertente do mesmo programa produz biodiesel a
partir do sebo do boi. Esse programa tem promovido a instalação de usinas produtoras
de biodiesel em todo território nacional. O segundo programa é mantido pela
Petrobrás (Hbio) e consiste na adição de óleo de soja ao diesel, valendo-se de
excedentes de produção desse derivado. O Brasil é o segundo produtor e o
primeiro exportador mundial de soja.
Etanol – As principais
pesquisas na área de produção do etanol voltam-se para a busca da conversão enzimática
de celulose e hemicelulose em etanol. O objetivo dessas pesquisas é projetar um
biorreator onde bactérias – ou outros micro-organismos – produzam etanol a
partir de matérias-primas tão abundantes como folhas, galhos, gramíneas (a
cana-de-açúcar é uma delas) e literalmente tudo que tiver celulose.
Aquecimento
Solar – Há
duas aplicações que devem ser consideradas. Nas áreas onde a rede de transmissão
e distribuição não chega, pode ser vantajoso instalar painéis fotovoltaicos que
convertem a energia solar diretamente em eletricidade. Embora o custo dessa
tecnologia chegue a R$ 10.000 o kW instalado, ele pode prover serviços essenciais
como iluminação e refrigeração a um custo competitivo para esses lugares. Outra
aplicação, de mais baixo custo, sãos os aquecedores de água que podem
substituir o uso do chuveiro elétrico, um dos equipamentos que mais consomem
eletricidade nos horários de pico no setor residencial. Estima-se quedos 83,2
bilhões de quilowatt-hora consumidos em 2005 pelas residências, em torno de 12 bilhões
de quilowatt-hora poderiam ser evitados pela instalação de aquecedores solares
de água.
Fonte: Almanaque Brasil Socioambiental (2008)
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